Todos os corpos entre a fumaça. Usados. Lúcido momento em que penso no que fazemos parte. É mesmo um jogo de perguntas e respostas. Alucinante. Alucinado.
Já se foram tantos cigarros e garrafas de bebidas. Dedos amarelados. Nicotina. Cafeína. Prozac. Clonazepam. Alguém morre e ninguém nem vê. Afogados na piscina da humanidade. Desumana.
Notas soltas do violão desafinado. Preso na poltrona velha vermelha. Óculos escuros à noite. A barba por fazer. Últimas forças para desligar a televisão. "Já há quanto tempo assim?".
Os pés, raízes profundas no carpete aterrado. "Quantos anos de telefone tocando?". Olhos sempre abertos por não ter lágrimas que os fechem. Secos. Desidratados.
Nem sabe mais ir ao banheiro sozinho. As Cortinas sempre fechadas. Talvez a luz já o cegue.
Tantos livros. Tantas crenças. Teorias espalhadas. Buraco Negro. E essa possibilidade emergente de 3ª Guerra Mundial. Esse ser que já está em guerra contra a reação, numa trégua que perduram anos e anos de imobilidade e sedentarismo.
Purgando no tempo. "Tempo?". Todos os relógios já pararam. Calendários não existem. Nem a matemática. Sozinho no mundo. Esse mundo vasto entre a poltrona e a televisão - agora desligada.
Cada um vive a seu modo. Uns simplesmente não vivem.
Enquanto isso: Acidente! Mulher grávida cai ao tentar pegar ônibus. Motorista imprudente não espera a moça subir as escadas. Aborto.
Isso é só mais uma página de jornal.
Será que isso existe?
quinta-feira, 14 de julho de 2011
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